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Saiu na mídia

11 de junho de 2013

Copa esquenta mercado de albergue

Por: Web Matser

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De olho na Copa do Mundo de 2014, cresce o número de hostels (albergues da juventude) –hospedagens de baixo custo– nas cidades brasileiras que sediarão o evento. Há, inclusive, estabelecimentos abertos em favelas do Rio de Janeiro (RJ).

De acordo com a RioTur, empresa municipal de turismo do Rio, já são 72 estabelecimentos com alvará de funcionamento e capacidade para comportar até 3.185 pessoas.

Em São Paulo (SP), segundo a Ahostelsp (Associação de Hostels de São Paulo), no primeiro semestre de 2013 foram abertos seis estabelecimentos. No total, a cidade conta com 54 empresas no segmento e capacidade para mais de 2.500 hóspedes.

Há menos de um mês, o empresário Gustavo Dermendjian, 31, e mais três amigos se uniram para abrir o BeeW Hostel, na capital paulista. Todos os sócios falam inglês. O estabelecimento fica próximo à Avenida Paulista, um dos cartões-postais da cidade.

Foram nove meses de obras e R$ 700 mil investidos para transformar um casarão de 1930 em hostel. Segundo Dermendjian, os principais gastos foram com o projeto arquitetônico, mobiliário e com a retirada do telhado para criar um terraço de convivência.

“Fizemos uma área verde e adotamos um posicionamento mais sustentável, que está em alta hoje”, diz. Na frente do imóvel também há um bar para atender hóspedes e o público em geral.

Durante a Copa do Mundo, Dermendjian espera estar com lotação máxima no hostel, que tem capacidade para 44 hóspedes. Segundo ele, o preço da diária poderá até dobrar no período. “É uma prática comum das empresas de turismo subirem os preços quando a procura é maior.”

O BeeW tem sete quartos, sendo cinco coletivos e duas suítes privativas. As diárias são de R$ 60 para os quartos compartilhados e R$ 250 para as suítes particulares. A expectativa, segundo o empresário, é faturar R$ 600 mil até o fim de 2013.

“São Paulo tem uma rotina de grandes eventos, como shows e feiras durante o ano todo, e pretendemos atender esses turistas também após a Copa do Mundo”, afirma.

Investimento inicial é baixo
De acordo com a consultora de negócios especializada em hostels, Laura Maia, o investimento para a abertura de hospedagens populares é baixo, se comparado a um hotel.

Normalmente, segundo ela, os gastos ficam entre R$ 150 mil e R$ 400 mil. Mas, dependendo da localização e do tamanho da obra, o valor pode ficar próximo à R$ 1 milhão, como no caso do BeeW.

Um hotel de porte médio exige um investimento aproximado de R$ 100 mil por quarto, segundo estimativa da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo).

De acordo com Maia, muito empreendedor que atua com hospedagens de baixo custo trata o negócio de forma informal ou amadora.

“Tem gente que acha que é só botar umas camas e receber os hóspedes. O empresário tem de tratar o negócio como um mini-hotel, prestar o serviço de forma profissional e com qualidade semelhante à de um hotel”, diz.

Faturamento é proporcional ao investimento
Se por um lado o investimento é baixo, o diretor da Fhoresp, Maurício Bernardino, afirma que o faturamento também é baixo.

Segundo Bernardino, hostels, na maioria das vezes, são enquadrados como micro empresas. Nesse caso, o faturamento não ultrapassa a quantia de R$ 360 mil por ano.

Para o diretor da Fhoresp, as hospedagens de baixo custo são bem-sucedidas quando ficam próximas a pontos turísticos e estações de metrô ou de ônibus.

“Normalmente, quem se hospeda em albergues utiliza transporte público. Se o estabelecimento ficar escondido e tiver difícil acesso, a procura tende a ser menor”, diz.

De acordo com Bernardino, para a abertura de empresas que atuem com turismo é necessário um cadastro no Ministério Turismo, o Cadastur. O cadastro é gratuito é pode ser feito no site do ministério.

Segundo estudo do Ministério do Turismo, durante os 30 dias da Copa do Mundo, o Brasil receberá 600 mil turistas estrangeiros. Outros 3 milhões de brasileiros também viajarão às cidades-sedes. No total, eles deverão movimentar R$ 9,4 bilhões.

As 12 cidades-sedes são: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Afonso Ferreira – uol.com (10/06/13).

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