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Saiu na mídia

24 de maio de 2013

Figuras internacionais lendárias tocam na Virada Cultural de São Paulo

Por: Web Matser

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Era para ser um guitarrista lendário, Leslie West, de 69 anos (protagonista de uma revolução em Woodstock), mas ele não está em perfeitas condições de saúde e cancelou a vinda. No lugar de West, foi escalada outra figura lendária, dessa vez um baixista: Billy Cox, de 73 anos, que tocou com Jimi Hendrix no seu auge, entre 1969 e 1970.

O primeiro grande show internacional da Virada Cultural, às 20 h de hoje, é o de Cox, que vai tocar com um “local hero”, o guitarrista brasileiro Edgard Scandurra, ex-Ira!. Cox só viu Scandurra tocando no YouTube, mas disse que ele o impressionou. “Só existem dois tipos de guitarristas no mundo: os guitarristas que admitem terem sido influenciados por Jimi Hendrix e os guitarristas que não admitem terem sido influenciados por Jimi”, afirmou Cox.

Além de Scandurra, participa do show a cantora Taciana Barros, que integrou a Gang 90 (ela e Scandurra militam atualmente no grupo Pequeno Cidadão). Em entrevista ao site da Virada Cultural, o baixista antecipou como será o seu show. “Vou tocar algumas canções do meu último álbum solo, Old School Blue Blues (2011), mas a maioria será de clássicos do Hendrix da época em que toquei com ele, tanto com a Band of Gypsy’s quanto com a Experience. Voodoo Child, In from the Storm e Dolly Dagger. Ajudei a criar os riffs de muitas dessas músicas, como Freedom, In from the Storm e Dolly Dagger. Elas representam o que eu fazia na época. Meu objetivo principal é oferecer boa música ao público, fazer com que sinta a experiência da Hendrix Experience e da Band of Gypsys em primeira mão”.

Logo após o show de Cox, entra em cena a banda cover nacional The Central Scrutinizer, que tocará repertório de Frank Zappa acompanhada de Bobby Martin (que tocou efetivamente com Zappa). A afeição por Zappa é um fraco de um dos curadores da Virada, José Mauro Gnaspini, que sempre escala algum grupo ou personagem histórico zappiano.

A constelação internacional dessa 9.ª edição da Virada Cultural é uma das mais diversificadas e consistentes. No mesmo palco São João, amanhã, apresenta-se uma banda emblemática da chamada geração “no wave”, precursora do punk rock, o grupo James Chance and The Contortions.

Encarnado pelo americano James Chance (também conhecido como James White e James Siegfried), vindo de Milwaukee em meados dos anos 1970, o grupo teve seu protótipo no pioneiro Teenage Jesus and the Jerks (com Lydia Lunch), que depois virou The Contortions, que criou fama como “um encontro de Ornette Coleman com James Brown e o free jazz punk”. Ele costuma incluir até covers de Gil Scott-Heron em seus shows.

Claro que George Clinton, o papa do funk, que fará 74 anos em julho, é a figura mais proeminente dessa tropa. Ele, que esteve em SP em 2001, para o festival Black na Cena, toca com seu P. Funk All Stars na madrugada do amanhã, às 3 h, no Palco Júlio Prestes. O cantor, tecladista, compositor e produtor construiu um nicho da black music que lhe reserva lugar especial no Olimpo pop: do funk psicodélico criado com o Funkadelic ao funk dançante do Parliament, Clinton cobriu todas as possibilidades do gênero. Não por acaso, ele é um dos mais sampleados do mundo. Da última vez, ele causou: vestido com quepe de capitão de navio, fumou marijuana e levou a plateia ao delírio.

Dois veteranos de respeito dão as caras na rua: o tecladista Lonnie Liston Smith, de 73 anos, e o saxofonista Pharoah Sanders, de 72. O primeiro, egresso do free jazz, tornou-se um monumento do funk e do soul; o segundo é sinônimo de invenção no jazz, e acompanhou John Coltrane. Ambos já tocaram juntos em formações nos Estados Unidos (Lonnie toca hoje, à meia-noite, na República; e Sanders, amanhã, às 12 h, no Pátio do Colégio.

Por fim, o tempero latino-americano: Jorge Drexler, o Caetano Veloso dos uruguaios, uma das grandes atrações no encerramento da Virada, amanhã, às 18 h, logo após o furacão dos Racionais. Drexler (que é formado em Medicina) vive em Madri há quase 20 anos, e ficou conhecido em 2005, ao levar o Oscar de melhor canção em 2005 (por Al Otro Lado del Río, tema de Diários de Motocicleta, de Walter Salles).

Fonte: Jotabê Medeiros – Estadão Online (18/5/2013).
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