5 de fevereiro de 2016
Dois em cada três foliões do Pré-Carnaval de SP participaram da festa de rua pela primeira vez
São na maioria mulheres, entre 18 e 29 anos, residentes em São Paulo e estrearam no Carnaval de rua neste ano. Sentem-se seguras durante os festejos de rua e decidiram permanecer na cidade justamente para poder participar da festa. Uma pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos da cidade de São Paulo, subordinado à SPTuris, revelou ser este o perfil médio dos mais de 400 mil foliões que saíram atrás dos blocos carnavalescos durante o último final de semana. As entrevistas foram feitas nos dias 30 e 31 de janeiro com 1.259 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Confira abaixo os principais resultados:
Gênero
Masculino 34%
Feminino 66%
Faixa etária
De 18 a 24 anos: 21%
De 25 a 29 anos: 27%
De 30 a 39 anos: 32%
De 40 a 49 anos: 15%
De 50 a 59 anos: 4%
60 anos ou mais: 2%
Mora na cidade de São Paulo?
Sim: 98%
Não: 2%
Participou do Carnaval de rua pela primeira vez?
Sim: 64%
Não: 36%
Se não, quantas vezes já participou?
Em 2015: 13%
Nos últimos dois anos: 30%
Nos últimos três anos: 22%
Nos últimos quatro anos: 18%
Ficou em São Paulo motivado pelo Carnaval?
Sim: 78%
Não: 22%
Recebeu parentes ou amigos que não moram em São Paulo para curtir o Carnaval de rua?
Sim: 3%
Não: 97%
Concorda com as afirmações abaixo?
Sinto-me seguro no Carnaval de rua: 95%
Os banheiros são suficientes: 78%
Vi ambulâncias para atendimento: 92%
A circulação pelas ruas foi fácil: 92%
A organização melhorou em relação aos anos anteriores: 95%
Cheguei com facilidade ao local: 96%
As ruas estavam limpas para a passagem do bloco: 96%
O bloco estava bem organizado: 96%
Acha que o Carnaval de rua cresceu?
Sim: 80%
Não: 1%
Não sei: 19%
A prefeitura deve continuar apoiando o Carnaval de rua?
Sim: 99%
Não: 1%
As repostas revelam que, apesar da crescente participação do público nos últimos anos, muita gente ainda não tinha experimentado ir atrás de um bloco pelas ruas da cidade. O potencial do Carnaval paulistano ainda não se esgotou. Pode se esgotar em breve? Ninguém sabe.
“O Carnaval de rua corre esse risco, de se tornar grande demais. É o ônus do sucesso”, afirma o secretário municipal de Cultura Nabil Bonduki. Ele participou ontem do Esquina, série de conversas sobre arquitetura e cidade, desta vez sobre a folia de rua paulistana. O atual desafio, segundo Bonduki é encontrar um caminho para manter a festa sem que ela ganhe uma proporção que a inviabilize. “Os paulistanos têm ido ao Carnaval de rua principalmente para encontrar outras pessoas. Isso vale sobretudo para os jovens, que representam quase um terço da população da cidade e predominantes no Carnaval. Eles não querem ficar em casa vendo televisão, querem participar. Há uma mudança cultural em curso”, diz.
“Claro que a gente quer crescer, mas isso também traz um lado preocupante”, afirma Raphael Guedes, um dos fundadores do bloco Casa Comigo que também participou da conversa do Esquina. O Casa Comigo nasceu em 2012 e é hoje um dos maiores da cidade. No sábado 30, reuniu 40 mil pessoas no Largo da Batata, em Pinheiros. “É uma festa gratuita, de qualidade e totalmente inserida na cultura brasileira, o que é ótimo. Mas tudo em São Paulo toma proporções gigantescas. Estamos aprendendo a lidar com isso”.
VEJABLOGS (02/02/2016)