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Saiu na mídia

20 de janeiro de 2015

Carnaval de SP ganha mais 100 blocos

Por: Web Matser

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Desde o ano passado, uma coisa já era certa: o carnaval de rua de São Paulo será muito maior em 2015. Mais de 300 blocos estão inscritos no cadastro da Prefeitura, ante 200 do ano passado. E o diferencial deste ano é a pulverização da folia por todas as regiões da cidade, cada uma expressando as características de seu bairro e tentando fortalecer o movimento.

Blocos antigos calculam um público maior do que o do ano passado e tem até quem aumentou o trajeto para receber a multidão. Com a valorização do evento, grupos de amigos organizam batuques perto de suas casas e fazem com que a comemoração não fique apenas na Vila Madalena, que concentrou a folia na zona oeste da capital em 2014.

Da necessidade de ocupar o espaço público no bairro de Santana, na zona norte da capital, surgiu o bloco Pequeno Burguês, que vai desfilar pela primeira vez prometendo bom humor, que já começa pelo samba-enredo, intitulado Samba do Volume Morto. “Nossa ideia é brincar e trazer a questão do espaço para discussão”, explica um dos fundadores do bloco, o psicólogo Pedro Desidério, de 26 anos. O desfile será no dia 8, a partir do meio-dia. Desidério valoriza o movimento de descentralização da folia. “É uma tendência importante, porque a pessoa não precisa deslocar-se e pode ter uma ligação com o próprio bairro.”

Em sua segunda edição, o bloco Ciga-Nos vai ampliar o seu trajeto na região central da cidade. “No ano passado, como era um bloco estreando no carnaval, a gente foi mais tímido. Levamos 3 mil pessoas à Praça Roosevelt. Neste ano, a gente vai concentrar-se na Praça Roosevelt no dia 7, às 16 horas, e vai dispersar na Praça Ramos de Azevedo, porque há previsão de mais gente”, diz um dos fundadores do bloco, o artista Denny Azevedo, de 31 anos.

Do cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João sairá pela segunda vez o bloco Tarado ni Você, mas com um diferencial: o desfile será dentro do calendário de carnaval, no dia 14. “As pessoas estão cansadas de sair de suas casas e terem de ir para Salvador, Rio ou Recife para brincar o carnaval”, afirma o fotógrafo e idealizador do bloco, Thiago Borba, de 31 anos.
Símbolo. Fundado no ano passado, o Bloco do Bagaça tem como proposta a valorização da Lapa, na zona oeste. Nesta edição, a Banda Operária da Lapa, um símbolo local, será homenageada. “É um resgate de uma tradição de carnaval que a gente tinha perdido aqui. Há pessoas que gostam de carnaval, mas não gostam de escola de samba. É uma opção para quem quer brincar”, diz o presidente do bloco, o analista de planejamento Rodrigo Vargas, de 34 anos.

Levar o carnaval de rua para um bairro distante é uma das bandeiras do empresário Emerson Nunes, de 39 anos, presidente do bloco Banda das Cachorras, do Itaim Paulista, zona leste paulistana. “Queremos realmente fazer essa descentralização, por causa do número de moradores da região. Além de valorizar o bairro, favorece as crianças e as pessoas da melhor idade, que também têm o direito de se divertir.” Os desfiles serão nos dias 7 e 8.

Fundado há 14 anos, o Amigos da Vila Mariana, na zona sul, tem a proposta de oferecer mais uma opção para os foliões que querem curtir a festa. O desfile será no dia 8. “Podemos tirar o foco de tudo ser na Vila Madalena, que é tido como um bairro boêmio. A Vila Mariana tem boa estrutura de bares e restaurantes”, diz o fundador do bloco, o consultor comercial Jorge Vespero, de 33 anos.

Marchinhas. Conhecido pelo concurso de marchinhas, o bloco Nóis Trupica Mais Não Cai, que desfila desde 2009 na Vila Madalena, estima que 4 mil pessoas vão acompanhar a festa deste ano, no dia 8, e também aposta na participação de mais bairros na folia de rua.
“Na primeira reunião de blocos, há dois anos, foram 15 pessoas. Na última, no ano passado, foram 130. A gente defende que cada bloco possa permanecer em seus bairros de origem”, afirma o produtor cultural e fundador do bloco Gustavo Melo, de 31 anos.

ESTADÃO.COM (18/01/2015)

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