Autódromo de Interlagos

30 de abril de 2014

20 anos sem Ayrton Senna

Por: Web Matser

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Administração do Autódromo de Interlagos lembra os 20 anos sem o ídolo do automobilismo brasileiro que iniciou e consagrou sua carreira no circuito paulistano.

Vista aérea do Autódromo de Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.

Vista aérea do Autódromo de Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.

O ano era 1994. O mundo todo acompanhava a corrida naquele 1º de maio, quando o piloto brasileiro Ayrton Senna sofreu um acidente no Circuito de Ímola, na Itália, correndo pela Fórmula 1. Naquele momento, o Brasil perdia um dos maiores ícones do automobilismo mundial que, aos 34 anos, tinha sido três vezes campeão na categoria.

Paulistano nascido no bairro de Santana, na zona Norte de São Paulo, Ayrton Senna da Silva começou a carreira ainda criança, como piloto de kart. Com apenas 13 anos, conquistou uma vitória na primeira prova oficial no Kartódromo de Interlagos, que hoje leva seu nome e fica junto ao Autódromo de Interlagos, administrado pela São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos).

Para o secretário municipal para Assuntos de Turismo e presidente da SPTuris, Wilson Poit, o piloto representa muito para o país. “O kartódromo não poderia ter outro nome. Senna, além de ser um esportista excepcional, foi um ídolo que marcou e influenciou várias gerações”, conta Poit.

Depois do aprendizado no kartódromo paulistano, Ayrton Senna foi para a Europa, onde tornou-se campeão em outras categorias. Ele voltou para correr na pista do circuito oficial do Autódromo de Interlagos somente a partir da década de 1990, para disputar o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, que voltou para São Paulo naquele ano.

História do piloto se confunde com a história de Interlagos

Autódromo de Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.

Autódromo de Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.

Senna participou da grande reforma que mudou o traçado da pista de Interlagos em 1989. Chico Rosa, que atua no Autódromo há mais de 40 anos, lembra como foi o período. “Durante um tempo, entre as décadas de 1970 e o final dos anos 1980, a Fórmula 1 se revezou entre São Paulo e o Rio. Mas queríamos trazer a categoria definitivamente de volta para cá e um dos esforços do Bernie [Ecclestone, à época responsável pela área comercial da F1] foi chamar o Senna para viabilizar essa obra”, explica Chico.

Feita a análise dos projetos, decidiu-se por diminuir a extensão da pista para 4.325 metros, adequando-se às exigências e padrões da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), entidade que regula a Fórmula 1. “E o Senna também contribuiu no trecho final da reta principal com a nova curva, que somente depois foi apelidada de ‘S do Senna’, também em referência à marca dele que estava sendo criada”, lembra.

Curiosamente, o próprio Chico Rosa já tivera contato direto com Ayrton Senna quando o ídolo ainda era adolescente e competia no Kartódromo. “Ele queria ir para o exterior e, como eu tinha acabado de voltar da experiência com o Emerson [Fittipaldi] na Europa, conversei algumas vezes com o Senna para contar como era lá fora”, relembra o engenheiro, que deu orientação para aquele garoto que depois se tornaria tricampeão de Fórmula 1.

Após a morte do piloto em 1994, foi feito o batizado do Kartódromo Ayrton Senna, como homenagem póstuma a um dos grandes ídolos de Interlagos. “Até hoje, o local é referência nacional e a escola de automobilismo para a formação de novos nomes brasileiros de esportes a motor. E como o espaço tem uma vista privilegiada do circuito principal do Autódromo, inspira jovens pilotos a sonharem com as corridas mais desafiadoras na outra pista”, conclui Wilson Poit.